Thursday, April 15, 2010

bliss

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...Estava em meados de Novembro. 2007. Nesses dias, redemoinhos de confusão e contradição rodeavam-me, nas pessoas e situações da minha vida.

E no olho dessa tempestade... estava sozinho.

Era Sábado... e senti um impulso. Suave, mas firme... para sair de casa, entrar no meu carro... e ir até ao Cabo da Roca. Marginal fora... saboreando rio, mar e liberdade... passando por Cascais... local de magia e memórias douradas, para mim.

...A tarde transformava-se em noite, num crepúsculo silencioso, quando lá cheguei.

Lá, só, sem mais ninguém... deixei-me acompanhar longos instantes por alguns sons. Um deles, foi este... que me enlaçou, com a delícia de um carinho feminino... etéreo, mas mais amoroso e real que qualquer coisa que tenha conhecido, neste mundo...





Olhei, para o horizonte... e naquele momento... aliás, ao longo de muitos momentos... senti-me envolvido por uma sensação de amplitude... como se me diluísse na direcção da linha do mar e do céu.... em reinos com a vastidão das núvens e da Luz. E eu senti-me lá.




Tudo, aqui... idealizações, sentimentos derivados de ânsias e egos... tudo me pareceu vazio de real conteúdo, e irrelevante... tão ilusório. Mas aquele sentimento que me envolveu... de Amor Puro... senti-o tão verdadeiro... senti-me tão bem. Na noite, no vento, na maresia...

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Este mundo, cansa. A maneira como se escolhe viver neste mundo... desgasta. O Dédalo de sentimentos e ideias em que, laboriosamente, muitos optam por se encarcerar... convencidos de que isso, dita e desenha a Realidade... a sua e a nossa... desgasta. Desencanta.

...Porque... comparado à Plenitude do sentir que vivi ali... tudo isso revela-se tão ténue... como uma brisa de verão, que esmorece e morre.

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