Saturday, March 31, 2007
The Comeback Queen!!! :)
assunto "ténis"...)
Acabei de ver a final feminina do Miami Open. Considerado o 5º mais importante torneio do ano, a seguir aos quatro Grand Slams.
Defrontavam-se a minha segunda jogadora favorita (a que eu carinhosamente gosto de chamar "o meu prémio de consolação", como foi no Australian Open), e Justine Henin... A actual nº 1 do mundo, e uma jogadora que considero enervante, irritante, e mal encarada... :P
Durante duas horas e meia, vivi uma montanha russa de emoções. Vi a minha jogadora levar com um 0-6... A jogar verdadeiramente lenta, presa... mal! Mas nos sets seguintes... aquela pantera negra, aquela força da natureza, aquela que eu considero até agora a melhor jogadora desta década... deu a volta, e acabou por atropelar a Henin! Enfrentou dois match points no serviço da Henin, "limpou-os", e ganhou o segundo set, para em seguida vencer o 3º, categoricamente! Com um ténis de poder puro... mas carregado de técnica, precisão, agressividade, atitude! Lindo! :) Foi recordar porque é que, quando comecei a gostar de ténis, ela foi a minha jogadora favorita, durante quase dois anos... quando ela era absolutamente dominadora. Não fossem as malditas lesões, e outros interesses na vida dela, para além do ténis, aínda hoje seria. Demonstrou-o hoje.
...Esta mulher, realmente, mais uma vez, mostrou porque merece o epíteto de Comeback Queen... a Rainha das Recuperações! :)
Thursday, March 29, 2007
...A inevitável constatação. :)
...É que eu posso cair... bater com o joelho no chão...
...me deixo ficar no chão. Mesmo que por vezes, me apetecesse. Para poder finalmente descansar. Mas simplesmente... não fico.
Teimosia? Orgulho? Determinação? Força? Bah... importa a razão? Simplesmente... não fico. Uma pessoa... a minha doce amiga Cristina... disse-me há anos um dos maiores elogios que me recordo de alguma vez ter recebido...
...Que tinha aprendido comigo a cair, e a levantar-se. À semelhança da música que ela tanto gostava.... que dizia... "I get knocked down, but I get up again... you're NEVER gonna keep me down!...."
...Deixar o ridículo da autopiedade, da auto-vitimização e da autodestruição, para quem dela gosta e precisa....
Fragmentos
(Textos de tempos idos. Algumas palavras são estranhamente actuais....)
...Primavera de 1999...
Um conto de um cavaleiro perdido.
... a cruzada estava perdida.
O cavaleiro caminhava, só, pela paisagem devastada de uma guerra perdida, em que ninguém vencera. Amargamente, lembrava-se da bravura com que conseguira lutar contra probabilidades tão adversas. Uma bravura que, apesar de tudo o que tornara horrível toda aquela sucessão de batalhas, o havia feito sentir-se vivo. Orientado. Com um objectivo. Útil. Quase nobre.
Agora, tudo havia acabado. A sua cota de malha estava quase totalmente desfeita, e manchada de sangue seco. A sua armadura amolgada, com manchas de ferrugem numa outrora modesta mas resplandecente armadura prateada. A sua capa negra era um farrapo, suja de terra, sangue... E a sua fiel espada, força de vida com que conseguira resistir a tanto, tanto, tanto!... Partida. A meio. E com ela, a sua vontade de continuar vivo.
O cavaleiro caminhava de uma forma pouco firme, cambaleante e irregular. Por debaixo das suas vestes, muitas feridas, quase todas mal saradas, tornavam cada passo um tormento silencioso. E algumas dessas feridas ainda escorriam a sua vitalidade. Por mais que o cavaleiro tivesse tentado estancar as feridas, estas eram simplesmente demasiado grandes.
Já há um tempo, não muito, mas já razoável, ele caminhava, quase errante, pelos restos daquela sucessão de contendas, contendas de anos e anos. Era tudo tão estranho. A maneira como tudo acabara, assim, correspondia aos seus piores pesadelos. Ele desejara, se não vencer a cruzada, pelo menos poder ter a honra e o descanso de morrer no campo de batalha. Mas sobreviver assim, sendo o único a restar, numa luta que perdera, para além de qualquer esperança... era um falso sobreviver. Por dentro, ele estava moribundo. O desespero que às vezes tomava o seu peito como uma garra fria, e o apertava, era de um nível tão inconcebívelmente descomunal que ele nem conseguia acreditar que fosse real. E ele sentia-o como um pesadelo, tão consistente e assustador como um.
Muitas vezes, pelos trilhos que seguia, o cavaleiro encontrava pessoas, com quem trocava impressões. Com muito cuidado, enrolava-se na sua capa, de forma a parecer apenas mais um viajante que há muito caminhava, e nada mais. Sorria, brincava, aceitava convites para pequenas refeições e festas. Por momentos, ele quase esquecia quem era, e permitia-se entregar a uma aveludada loucura, que servia de bálsamo às suas feridas, pelo menos às da sua alma. Mas eram momentos, vagos como tal, e acabavam. E ele lançava-se de novo à estrada, em busca de não sabia muito bem o quê.
Outras vezes, emboscavam-no nesses trilhos. Bandidos, antigos inimigos e falsos aliados e aliadas, atacavam-no, buscando conseguir o que restava dele, arrastá-lo e prendê-lo a uma desesperança eterna e assegurada. Com tudo o que restava, mesmo empunhando uma espada partida, ele rechassava essas investidas. Só que era cada vez mais difícil...
Mas agora, nesta altura, ele estava mais longe de tudo e todos do que alguma vez estivera. Passeava por zonas inabitadas, onde a natureza era a única ocupante, onde nem um rosto humano havia, para lhe oferecer ou esperança, ou dor.
Uma tristeza há muito contida ameacava irromper pelo seu peito afora, rasgando os retalhos da sua dorida alma, agora que ele se aproximava de uma paragem na sua caminhada sem destino.
Uma costa escarpada. O cheiro a maresia impregnava as suas narinas, e fazia-lhe esbocar um leve sorriso. No alto de uma encosta, ele observava o mar, o infindável oceano, e a paz imensa que representava a linha daquele horizonte quase ilimitado.
Gaivotas voavam pelo horizonte, como graciosos pequenos anjos. Golfinhos saltavam pelas ondas, com uma felicidade jovial que quase lhe causava inveja. Sentia-se tão velho por dentro... O cavaleiro começou a sentir lágrimas raiarem-lhe os olhos. Mas algo, um pormenor, o fez desviar os olhos.
Lá bem fundo, na linha do horizonte, nuvens brancas, suaves, delineadas, sobrevoavam o céu. A paz, a calma, o conforto que transmitiam pareciam acenar ao cavaleiro uma promessa de algo melhor. O descanso que ele há tanto desejava, há tanto necessitava... Frevorosamente, ele desejou que aquele monte fosse, de facto, uma montanha voadora de seda e algodão, onde ele se pudesse deitar, esquecer a dor, a tristeza, a mágoa, a solidão, o desconforto, o desespero... Timidamente, ele estendeu a mão calejada em direcção a essa branca imensidão, tentando alcançá-la, puxá-la para perto de si. Perfeitamente consciente do ridículo, do ilusório, de tal tentativa. No inicio ele não quis saber. Mas observando o seu braço ferido, a sua mão cheia de cicatrizes, e a VERDADEIRA distância entre ele e aquele falso paraíso... a consciência de tal facto estraçalhou-lhe o auto-controle de formas inimagináveis. Lágrimas irromperam-lhe pelas faces, e o cavaleiro caiu de joelhos, num pranto infindável.
E quando o infindável terminou, o cavaleiro ergueu-se, lentamente, e contemplou mais uma vez o oceano. Baixou os olhos, e na sua bainha de coro negro, viu o cabo da sua espada partida. Puxou-a para fora, desembainhando-a. Olhou inexpressivamente, contemplativamente, para ela. Com um esgar, reuniu o que lhe restava das suas forcas, e atirou a espada pela encosta abaixo, num voo, até ela mergulhar longe, no oceano. Afundando-se. Desaparecendo. Como a sua vontade de viver. Como a sua força. Como a sua alma.
Ele desistia.
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...Fevereiro de 2003...
...o resultado da batalha, tinha sido... satisfatório. Algumas feridas escorriam sangue pelo corpo do guerreiro, mas os corpos dos demónios vencidos, prostrados à sua frente, compensavam-nas todas. Com um sorriso determinado, malicioso, o guerreiro olha para os lados, confirmando que os seus aliados, nesta luta, também ali ainda estão, e se mantêm lado a lado com ele... A batalha prossegue. De espada em riste, e com um sorriso quase arcano, o guerreiro lança-se para a batalha. Mais demónios a vencer. E enquanto luta, toda a dôr, todo o vazio, perdem o significado. Apenas a vitória resta. Apenas a camaradagem se mantém. Puro esquecimento...
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...Algures em 2001...
E das trevas da escuridão, o silêncio veio.
A luz apagou-se. O que restava, fragmentou-se em mil miríades, intensas, refulgentes, e dolorosamente breves.
Tinha acabado.
De joelhos, e mãos no chão, ele olha para o solo. Tenta encontrar algo, segurar o que se partiu. Mas nada. As forças saíam, numa fuga louca atrás da luz ida.
A beleza que ele havia conhecido…
…memórias.
A doce melancolia acalma, suaviza sem eliminar. Mas a memória do sentimento perdido… acutilante gume… continua a surgir, em pontadas cruéis e sem nome.
…e de pé e altivo, ele avança…
Tuesday, March 27, 2007
Explodir, ou quebrar?
...quantas vezes seguidas se pode ser segundo...? porquê esta lei de entropia na minha vida, que parece que dita que as coisas, nela, nunca podem correr bem por demasiado tempo...? porque é que existe sempre esta constante, este "lutar", mais... sensação de arrastar, que sinto, a cada "passo" que tenho de dar na minha vida?
...sinto-me constantemente a levar "pancadas", em certas alturas de forma mais intensa que noutras, vindas de tudo quanto é sítio...
...Eu poderia dizer que me sinto qual cavaleiro, qual guerreiro, de armadura amolgada, com ferimentos já consideráveis, de capa rasgada e suja, joelhos trémulos e cansados, tentando agarrar o cabo de uma espada fendida, enquanto tudo faz para aguentar mais só um pouco, só mais um embate, só mais uma refrega, numa luta enraivecida (e tão solitária!...) contra este monstro que é o Destino, e seus inexoráveis exércitos...
...mas tal soar-me-ia presunçoso e demasiado floreado.
...Sinto que estou a um mero passo de perder. Só não sei em que forma virá essa perda... será, explodindo? Levando tudo o que me aparecer, à frente? Autodestruíndo-me no processo? Ou será de uma forma que nunca me aconteceu antes... mas que sinto tão próxima... quebrando?
...Sinto-me tão cansado...
Monday, March 26, 2007
...É caso para dizer... Um fim de semana "three on one". ;)
Ah, pois... ténis! :) Eu, como a maioria dos portugueses, até... sei lá... 2002?, não achava grande piada ao dito desporto... Sempre achei que devia ser divertido de jogar, mas uma seca de ver (à semelhança do golfe). :P Mas a ideia de que devia ser divertido JOGAR levou-me a arranjar um interessante videojogo... o Virtua Tennis. E meus amigos... foi paixão à primeira jogatana. Eu não queria outra coisa. ;)
O giro, foi depois... quando numa transmissão de ténis, na Eurosport, me apanhei a ver um jogo... e me apercebi que, à semelhança de quando uma pessoa que depois de aprender a conduzir "sente" de forma diferente o ser-se conduzido... eu estava a topar cada jogada, cada opção que era necessária fazer, a perceber cada termo, cada técnica... (o Virtua Tennis é assim tão bom, tão real). E a gostar muito de ver! (Um grande bem haja ao grande Pete Sampras, o melhor jogador de todos os tempos, que vi ganhar o seu último torneio, o US Open de 2002...)
E ao longo destes anos, tenho seguido o ténis com cada vez maior interesse. Em particular, agradeço ao comentador da Eurosport Portugal, Luís Piçarra, por 90% aquilo que aprendi sobre o ténis. É um grande conhecedor do desporto, e um excelente comunicador. Cria a sensação ao espectador de estar a conversar com um amigo. Ah, grandes sessões de estudo, nocturnas, a ouvir, mais que a ver, os relatos dos Grand Slams, feitos por ele... :)
Mas para não me alongar mais... o que me motivou este meu post? (Já com uma semana de atraso...) Pois é. Aquele rapaz ali, de joelhos... Rafael Nadal... de longe o meu jogador favorito, actualmente... ganhou uma masters! Num torneio em que o "Super Federer" (yack) perdeu na primeira ronda, frente a um lucky looser, nº 60 do Mundo... o meu amigo Nadal LIMPOU tudo o que lhe apareceu à frente, inclusive o nº 3 do mundo (e meu segundo jogador favorito)... sem perder um set em todo o torneio... e... :)
...GANHOU, dia 18, Indian Wells! :D
E no dia anterior, nas mulheres, ganhou uma jogadora de que gosto muito... Daniela Hantuchova... Não sou assim um grande fã do ténis dela, mas gosto dela porque... pronto... porque sim... O:)
E para completar... o SCP ganhou nas Antas, ao FCP... pela primeira vez em 10 anos... O:)
AI AI! :) Há fins de semana com motivos para se estar feliz... ;)
Saturday, March 17, 2007
...O fim de um mito...
(...Ou uma certa francesinha, ou aquela outra "tríade", ou certas "danças a despique" com determinados elementos que por lá andavam...)
0:)
Foram noites agradáveis, divertidas, dançantes e dançáveis...
Ontem, voltei quase dois anos depois a lá ir, com o Zé... E jazus, que era aquilo... 99,9% daquilo eram adolescentes de 13, 14 anos, a emborcarem como se não houvesse amanhã... Dançar, que é isso? Aliás: toda a Santos parecia um parque infantil cruzado com um episódio de Morangos com Açúcar...
...Aguentámos dentro do Marretas 4 minutos. :P
...E pronto... tivemos de fazer o funeral ao nosso mítico Marretas...
(Um beijinho muito especial à saudosa miúda de rosa...)
Tuesday, March 13, 2007
...Hurt...
"Hurt"
I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real
The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything
[Chorus:]
What have I become
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end
And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair
Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here
[Chorus:]
What have I become
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end
And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt
If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way...
...
...why do all good things come to an end...? :(
Thursday, March 01, 2007
"O Estagiário", nova série, estreia dia 12 de Fevereiro de 2007, em Palmela. ;)
... Na segunda semana de Novembro de 2005, vim a esta fábrica pela primeira vez. Recordo-me de estar a chegar, no autocarro da universidade, por uma estrada ladeada de árvores, e pensar para comigo, quase apenas sentir, como seria bom fazer aquele percurso todos os dias, no meu carro, aquando de um futuro estágio...
...Dois dias depois, essa hipótese torna-se muito real... Seria já no semestre a seguir, que muito provavelmente para aqui viria.
...Menos de dois dias depois, tudo se desvanece numa absoluta impossibilidade, pelos motivos conhecidos.
...12 de Fevereiro de 2007... afinal, acabou por se concretizar.
Desde a visita que referi antes, que sempre senti daqui... um... (à falta de melhor termo), bom "karma"... Uma sensação para além das palavras. O sítio, o local, as pessoas...
...Esse sentimento tem predominado, nestes dias. Recordo, entre muitos, dois momentos...
...Estar novamente no refeitório daqui, olhar para o dia radioso que estava, e sentir uma sensação quase avassaladora de... "finalmente!... voltei para aqui... depois de tanto tempo... tanta coisa..."
...E estar num dos laboratórios daqui, um sítio calmo, com janelas amplas, para o exterior... E lá ao fundo, lá em cima, altaneiro, o Castelo de Palmela, dominando o horizonte... Uma sensação de paz, refúgio, suave alegria, tomou conta de mim por momentos...
Ah, e muito mais...! :) A viagem que faço todos os dias, ida e volta, é um passeio delicioso... Coincide com parte do percurso que fiz há já uns tempos, num dia muito feliz para mim.
...E o finalmente estar a fazer aquilo para o qual durante tanto tempo, contra tantas circunstâncias adversas, estudei... Aquilo porque tanto lutei!
...Hoje veio-me a seguinte ideia à mente: a história do meu curso, não é bem uma história de vitória... é uma história acima de tudo de perseverança.
Mesmo que seja apenas um momento na minha vida, esta estadia será um momento que ficará para sempre... como um momento de realização.