Friday, June 29, 2007

"E o Momento Pindérico da noite é trazido por Excelsior..."

"...Mais de 10 anos a dar momentos banais à Internet."




Timbaland Feat Keri Hilson & D.O.E.

The Way I Are

Remember the time, baby…

[Verse 1 - Timbaland]
I ain’t got no money
I ain’t got no car to take you on a date
I can’t even buy you flowers
But together we be the perfect soulmates
Talk to me girl

[Bridge - Keri Hilson]
(Oh) Baby, it’s alright now, you ain’t gotta flaunt for me
If we go and touch, you can still touch my love, it’s free
We can work without the perks just you and me
Thug it out ’til we get it right

[Chorus - Keri Hilson & (D.O.E)]
Baby if you strip, you can get a tip
‘Cause I like you just the way you are
(I’m about to strip and I want it quick
Can you handle me the way I are?)
I don’t need the cheese or the car keys
Boy I like you just the way you are
Let me see ya strip, you can get a tip
‘Cause I like, I like, I like…

[Verse 2 - Timbaland]
I ain’t got no Visa
I ain’t got no Red American Express
We can’t go nowhere exotic
It don’t matter ’cause I’m the one that loves you best
Talk to me girl

[Bridge 2 - Keri Hilson]
Oh, baby, it’s alright now, you ain’t gotta floss for me
If we go and touch, you can still touch my love, it’s free
We can work without the perks just you and me
Thug it out ’til we get it right

[Chorus - Keri Hilson & (D.O.E)]
Baby if you strip, you can get a tip
‘Cause I like you just the way you are
(I’m about to strip and I want it quick
Can you handle me the way I are?)
I don’t need the cheese or the car keys
Boy I like you just the way you are
Let me see ya strip, you can get a tip
‘Cause I like you just the way you are

[Verse 3 - D.O.E]
Baby girl, I don’t got a huge ol’ house I rent a room in a house
Listen baby girl, I ain’t got a motorboat but I can float ya boat
So listen baby girl, once you get a dose of D.O.E. you gon’ want some mo’
So listen baby girl, when I make it I want you there, want you there, want you there, yeah

---------------------
:)

*saindo discreta e silenciosamente*

Thursday, June 28, 2007

...Querida "What If"...

...bem-vinda de volta.
:)
(Desconsiderar o post anterior, porque largamente desactualizado. Mas deixo-o ficar. Oh pah, está giiiiro...) O:)
...
(Mental note: nunca usar o termo "linda".)
:>

Wednesday, June 27, 2007

"Gostei muito deste bocadinho, foi um prazer, e até uma próxima oportunidade."


"Então tchau, e vá pela sombra, sim, Excelsior?"

:D

...HAHAHHAHAHAHAHAHAH....

(Não posso...) :))))

OK, para quem se queixava de estar sempre a viver infinitas variações do mesmo tema... ESTA, foi uma variação bem original! :D

(E agora, dirigindo-me aos "argumentistas lá de cima"...)

- Pronto, OK, provaram o vosso ponto de vista: dentro do mesmo tema, vocês ainda conseguem criar coisas mesmo originais... mas agora já chega, sim...? Olhem bem para a minha cara: tenho ar de actor Shakespeariano? :PPPPP

(..."Apagar"... Sim...)

(..."Apagar"... Sim...)

(..."Apagar"... Sim...)

(..."Apagar"... Sim...)

:)

(Uma parte de mim acalma... fecha os olhos... Invoca para si a manifestação de um pássaro de fogo, e alça vôo... Voando, sonhando, sonhos de um lar, distante... Seu.)

(...Uma outra parte de mim, sorri, riso sardónico, aperta o cabo da espada nas duas mãos, e lança-se numa corrida louca, para a frente... Espada em riste, sorrindo, a cada golpe que desfere, a cada golpe que recebe... E enquanto vai conseguindo seguir em frente, vai cantando pelo caminho: "...I bleed it out, digging deeper just to throw it away, I bleed it out, digging deeper just to throw it away, just to throw it away!...")

(...Infelizmente, a esta altura da minha vida, é-me um lado necessário... Atendendo ao que.)

:)

Qualquer uma destas facetas, segue para o mesmo destino: para beeeeem longe daqui...

...É que, sinceramente... Quando numa das coisas mais fundamentais da minha vida, mais puras e lineares para mim, até aí, a "mesma sina de sempre" se imiscui, se infiltra, infecta...

...Honestamente, cansei.

"...ateh"

:D

Palavra de Ordem: Descomplicar

...Fazendo uma pequena pausa nos meus afazeres... (também, já não acreditando em "milagres", no que toca ao desfecho deles...)

...reflecti um pouco. Precisei.

Pus-me a pensar... na incrível capacidade do ser humano para complicar. Simplesmente. Por vezes, quase num deleite, numa ode à sua capacidade de ser multifacetado, multidimensional.

...mas daí, a escolher sofrer...?

Revi, em momentos, inúmeras vidas que vi, toquei, observei de fora... e quase parece uma máxima, uma constante.

Complicar. Fugir ao simples, ao óbvio. Nem vale a pena discutir os motivos para tal, ou o que esse complicar causa. Levar-me-ia dias. Caso a caso.

E depois... olhei para mim. Para a minha vida. Em comparação.

Eu, que daria tudo para ter uma vida um pouco mais simples. Eu, que a tive (e tenho) de descomplicar ao máximo. E sozinho. Não por escolha.

E olhei para o tolo que me sinto, por recursivas vezes querer partilhar esse meu "saber" (sim, eu sei, presunção e petulância), com quem, na minha ignorância, imagino estar em posição de precisar do mesmo que precisei. Que, tanta vez, ainda preciso.

...e algo em mim esfriou. Acalmou. Nada de negro, de pesado, atenção. Apenas... distânciamento. Um "bater de asas", para mais longe.

E pensei... "não. A partir de agora, a minha postura será a mais simples possivel."

Nada de frieza, de agressividade, de mágoas... Não, céus... Já não fazem parte de mim, não me dominam, essas coisas, há tanto tempo...

...Mas a partir de agora... a minha postura será simples.

Descomplicar. Com tudo o que isso implica.

(E agora vou continuar ali na minha "luta perdida" de hoje. Porquê? Porque sim.)

:)

Tuesday, June 26, 2007

O Vôo da Fénix

Uma imagem, um apelo, que me domina. Que me preenche a alma e o espírito.

Mais e mais.

Desde que me recordo, que o Cosmos tem para mim um apelo inexplicável. Irresistível. Quase de forma dolorosa. Mas sempre tão doce.

Algo em mim sempre gritou, silenciosamente, pertencer ali.

Miúdo, recordo-me das primeiras séries de ficção que vi. O que me fazia sentir, ver aqueles colossos de metal voar pelo vazio pontilhado de luz que era o Espaço. Nem sabia ainda ler, e aquilo era... a emoção mais forte que me recordo de sentir.

Algum tempo depois, recordo-me de ler uma história em banda desenhada, sobre uma personagem, Fénix, que, entre muitas coisas mais, era a Filha das Estrelas, e voava pelo Cosmos afora, livre, ilimitada... Manifestando em seu redor a forma de um gigantesco pássaro de fogo, o "Efeito Fénix".

O mesmo sentimento tomou-me, nessa altura.

...Com o o meu Pai, fui, miúdo, a TODAS as sessões do Planetário, e o sentimento, sempre que as luzes se apagavam, e aquela imensidão profunda se assumia perante o meu ser, era sempre igual... O aperto no peito, a ânsia de... poder "voltar" (?)... para lá...

Céus!, eu uso como avatar, e como nome, uma nave inter-estelar de um universo onde até é algo secundária... porque... porque... queria tanto...!

...

De há uns tempos para cá, tenho sentido um renascer, um redespertar. A lenda do pássaro que renasce das suas cinzas ganha um paralelo, com o que me povoa a alma.

...A imagem do meu espírito, percorrendo num rasto de chamas, o vazio do Cosmos, "ouvindo" a canção das Estrelas, sentindo as harmonias de bailados com eons de existência... toma-me. Acalma sentimentos de raiva, ressentimento, desejos e paixões mesquinhas. Faz-me sentir acima de quase qualquer agressão. Quando essas agressões se revelam feias, negras, vazias. Mas faz-me igualmente sentir tão mais próximo de quem, de forma pura e terna, se assume perante mim. Potenciando sentimentos de carinho, de querer bem, tão meigos, tão intensos, que até doi... mas dor doce, quase tão adoravelmente doce como quem em mim justifica tais sentimentos.

Agora que estou à beira de mais uma batalha que se assume como perdida (mais uma!...), quando sinto cansaço, e os meus meios, tão ténues, tão escassos... sinto que não importa se vencerei ou não. Sinto o significado daquela frase... "a maior de todas as vitórias, que vem na forma de uma grande derrota"...

...Sinto a imagem de uma fénix, em mim. Espraiando suas asas. Pedindo-me o infinito. O Lar. Unidos, a tudo. Ao Tudo. Num vôo conjunto... eterno.

Monday, June 25, 2007

...here we go for the hundredth time...

(...Engraçado...)

(...Quando era a música que realmente me interessava, bem desligado de qualquer significado que a letra pudesse ter, foi a dita, que coloquei....)

(...Agora que é a letra que surge, com a força que inicialmente ignorei, porque deslocada daquele momento, é a música que aqui deixo... Mas com legendas.)

(...Como as coisas podem mudar, em tão pouco tempo...)

(...Ironias.)

:)



...But Redemption, still...

*dia 3*

Sunday, June 24, 2007

...E o prémio "Estúpido Da Semana", referente à semana transata vai para...

...MIM! :)



(Mental note: A próxima vez que eu sair à noite, o telemóvel fica em casa.)




Ah... Pois é! ;)


[E agora vou aqui continuar a enterrar a minha cabeça, (quase literalmente), nesta (CENSURADO) de estudo...]

...lost in translation...

...Estava eu... não em casa... às voltas, em folhas, em números, em estudos... e o meu MP3, em modo random, veio parar a esta música... Não sendo eu particularmente fã do grupo em causa, esta música é uma das poucas, deles, de que realmente gosto, e me toca...

...Ao ouvir novamente a letra, hoje, toda ela ganhou um novo significado...

...Aqui fica... para o que contar.


COLDPLAY

"Talk"

Oh brother I can't, I can't get through
I've been trying hard to reach you, cause I don't know what to do
Oh brother I can't believe it's true
I'm so scared about the future and I wanna talk to you
Oh I wanna talk to you
You can take a picture of something you see
In the future where will I be?
You can climb a ladder up to the sun
Or write a song nobody has sung
Or do something that's never been done

Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle, you can't find your missing piece?
Tell me how do you feel?
Well I feel like they're talking in a language I don't speak
And they're talking it to me

So you take a picture of something you see
In the future where will I be?
You can climb a ladder up to the sun
Or a write a song nobody has sung
Or do something that's never been done
Do something that's never been done

So you don't know were you're going, and you wanna talk
And you feel like you're going where you've been before
You tell anyone who'll listen but you feel ignored
Nothing's really making any sense at all
Let's talk, let's ta-a-alk
Let's talk, let's ta-a-alk
----------------------------
(...e esta, sim... é para ti... completamente....)

Friday, June 22, 2007

...Lar...


(...preciso!...)

Até.

..."Bleed It Out"... Yeah!

...E do novo trabalho dos Linkin Park... aqui vai a letra de "Bleed It Out". :D



LINKIN PARK

Bleed It Out

[Mike Shinoda]

Yea here we go for the hundredth time,
Hand grenade pins in every line,
Throw 'em up and let something shine.
Going out of my fucking mind.
Filthy mouth, no excuse.
Find a new place to hang this noose.
String me up from atop these roofs.
Knot it tight so I won't get loose.
Truth is you can stop and stare,
bled myself out and no one cares.
Dug a trench out, laid down there
With a shovel up out to reach somewhere.
Yea someone pour it in,
Make it a dirt dance floor again.
Say your prayers and stomp it out,
When they bring that chorus in.

[Chester Bennington]

(Chorus)
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away,
Just to throw it away,
Just to throw it away.

[Mike Shinoda]

I bleed it out.
Go, stop the show.
Chop your words in a sloppy flow.
Shotgun opera, lock and load,
Cock it back and then watch it go.
Mama help me, I've been cursed,
Death is rolling in every verse.
Candypaint on his brand new hearse.
Can't contain him, he knows he works.
Fuck this hurts, I won't lie.
Doesn't matter how hard I try.

Half the words don't mean a thing,
And I know that I won't be satisfied.
So why, try ignoring him.
Make your dirt dance floor again.
Say your prayers and stomp it out,
When they bring that chorus in.

[Chester Bennington]

(Chorus)
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away,
Just to throw it away,
Just to throw it away.

I bleed it out.
I've opened up these scars,
I'll make you face this.
I pulled myself so far,
I'll make you face this now.

I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away,
Just to throw it away,
Just to throw it away.

I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away.
I bleed it out,
Digging deeper just to throw it away,
Just to throw it away,
Just to throw it away.

I bleed it out.
I bleed it out.
I bleed it out!

----------------------

(Antes que algumas pessoas comecem com "coisas" do género "ah, que letra depressiva, e negativista, e tal"... gente: oiçam a música antes. Eu sei que é recente, mas oiçam-na. Talvez vocês depois percebam porque é que o meu MP3 fica com esta música a tocar em loop...) :>

(...Quanto à letra, escuso-me a tecer qualquer comentário. Ou ao que me possa significar.)

Thursday, June 21, 2007

Raios partam os (CENSURADO) dos anjos...

Bah! Uma vez na vida os anjos podiam fazer aquilo para o qual supostamente existem, e foram criados... :P

(Já fiz o meu desabafo.)

:P

Sunday, June 17, 2007

..."Confide In Me"...

...Com ironia, ou sem ela...

Por todos os motivos que uns saberão, outros não... Uns em parte... Pouquíssimos, na sua quase totalidade... Mas ninguém, totalmente...

...coloco aqui este vídeo.

Mesmo que sujeito a que uma das minhas "leitoras silenciosas" o considere mais um motivo para me chamar de "pindérico"... não é, miúda jeitosa? ;)

...

*Suspiro*

Saturday, June 16, 2007

Afirmação Enigmática da Madrugada:

Quem está comigo, está bem acompanhado.

Thursday, June 14, 2007

O "Novo Marretas" :)


(Este título é em tua honra, amigo. Afinal, foste tu que batizaste assim o nosso "novo poiso".) :)

Exactamente um ano e sete meses após... pude finalmente dizer que voltei à noite de Lisboa. :)

Foi na madrugada de 12 para 13. Dia de Santo António (ou noite). Eu e o meu amigo Zé zarpámos, noite fora, em missão exploratória. Afinal, aínda guardávamos na memória a triste tentativa de há uns meses, quando um ano e tal depois, descobrimos que os nossos sítios favoritos da noite estavam... erm... descaracterizados. :P (Ler o post referente a isso, aqui.)

Também há a dizer que, nessa altura, eu aínda não tinha exactamente a minha "situação" atirada para trás das costas. :P O que também me limitou um pouco...

...Mas desta vez, não. Noite de Santo António fora, zarpámos nós. E... acertámos. Em cheio. Em alguns sítios, e um em particular. :D Bar dançante, bom ambiente (vá, faixa etária um pouco abaixo da minha, mas eu como estava, disfarçava bem, acho) O:) e a música... Céus, tanto tempo sem saber o que era sentir a música entranhar-se em mim, tomar-me, e... dançar. Sem horários, sem limitações... Não foi exactamente a primeira vez, mas... não posso considerar aqueles 45 minutos doridos, na passagem de ano, a mesma coisa.

Senti-me de volta a mais uma coisa na minha vida, que amo, que tive tanto medo de não voltar a ter. Como, alguém me explique, COMO é possivel estar-se mal, quando se pode ver, tocar, sentir, viver algo como a noite de Lisboa? Beleza, sedução, nos lugares, nas pessoas... e nós a pertencer a isso!

...E amanhã há mais. ;) (Zé, vamos, mas é que VAMOS mesmo, avançar com aquela nossa estratégia, né? Afinal... com tanta coisa bonita, para... enfim... conhecer...) :>

(Ah: para quem quiser saber o nome do dito sítio... a resposta está na primeira fotografia deste post.) :D

Destination.... unknown... :)




O:)

Tuesday, June 12, 2007

Monday, June 11, 2007

...enjoying my silence.


À falta da possibilidade de obter, hoje, uma imagem minha, aqui fica esta. Não faz jus. Ao que vi, onde estive, ao que me permitiu sentir. Enquanto saboreava o meu silêncio.
São momentos destes, poder vivê-los, experimentá-los, vivenciá-los, que fazem tudo valer a pena.

O resto...?

:)

Sunday, June 10, 2007

Para quem tem pouco, pouco é muito! :)

...Federer Slam? Melhor jogador de todos os tempos? Hah! Apenas um jogador está entre Federer e uma das maiores FALÁCIAS do mundo do ténis! Rafael Nadal, que não é, não quer ser, o "melhor jogador de todos os tempos", mas que tem toda a atitude (e jogo!) de tal!

NADAL! Tri-Campeão de Roland Garros!
(E agora vou à Feira do Livro.)

Pergunta do Dia:


"É traficante?"

:D

(Aliás, olhando ali para o lado, as semelhanças são incriveis. Pronto, só que em branco).
:>

...mais um fragmento.

...Este texto... curioso, escrevi-o em... 2000? 2001? Também não é relevante, em ambos os anos, a fase era idêntica...


...Ao rever estas minhas escritas, é impossível não sentir uma sensação de... "full circle"...



Pérolas

Porque é que uma memoria pode ferir tanto? Porque é que o passado pode ser tão cruel nas suas promessas, promessas falsas e frias, qual chuva de Dezembro?

Estas eram perguntas que me fazia sempre, faço sempre; não quero pensar nisso, mas estão lá, prementes, indubitavelmente torturantes e sedutoras, oferecendo o seu néctar de nostalgia, que nos leva para um reino irreal e desconexo do presente, da realidade, da necessidade do dia, dia cruel e sádico.

Olho lá para fora. Chove. Chove fora do tempo, e cada gota morre no chão frio e poeirento. Imagino outro tempo. Não é perfeito: mas a quente lamina da faca da imaginação corta as partes que não interessam, qual barra de manteiga, e deixa ficar apenas o que interessa... O que falta, acrescento, qual pasteleiro louco, que põe cerejas e gomas por cima de camadas de chantilly e açúcar, açúcar doce, que agrada mas não satisfaz, que nos leva a esquecer o fel da bebida que nos dão para beber dia a dia. Assim se cria o doce mais doce dos sonhos, sonhos passados e futuros.

A noite cai. Gotas de chuva caiem nas minhas mãos, aos meus pés. Mas estou abrigado... Como posso estar a apanhar chuva? Gotas mornas? Terá Zeus, na sua displicência, aquecido as gotas torrentes com a raiva calorífica dos seus raios?

Pestanejo, e sinto que até os meus olhos estão molhados, até que compreendo. São pérolas translúcidas de um sentimento que mantenho distante. Não gosto, não quero. Sorrio, e olho para a frente. Entro na chuva, perco-me na chuva. Olham-me com estranheza distante, não ligo. Nunca liguei. Nunca ligarei. Tenho um destino, vou em frente, deixo de sentir, parece que durmo, mas o peso da roupa ensopada desmente o meu sonho, sonho com um par de braços quentes e femininos, que me amparam, aninham, fazem a dor desaparecer, me fazem perder em quente dormência, me aconchegam num peito suave e perfumado, mas esses braços não existiram, nunca existiram, apenas são semi-ilusão, fenómeno óptico, física dúbia, não interessa pois os elementos dão-me o abraço que necessito, frio, frio de horas, pesado de toneladas, escuro como a noite. Perco a noção de tudo. Já meio distante, sinto algo tombar, pesado e total, qual árvore cortada pelo machado escuro de vento e água dos elementos. Lama adorna esse tronco em forma de corpo. E tudo de apaga de vez.

Um último pensamento, em forma de despedida... Esse corpo, sou eu.

Saturday, June 09, 2007

Crepúsculo


Já alguma vez sentiram esse sentimento?

Que não importa o que se dê, que não importa o que se faça, que não importa os meios que se reuna, que não importa as perspectivas que se abram, que não importa o que se prove...

...nunca chega. Nunca é suficiente.

Para nada.

...Em terra de cegos, quem tem uma vista não é rei; se não é apedrejado, é simplesmente ostracizado. Quanto mais não seja, porque ninguém o vê.

Sinto que falo uma língua estranha. Pelo menos, não sinto que me faço entender. Céus, não sinto sequer que me faço ouvir...

É complicado, não me perguntar: "Vale a pena? Para quê continuar? Quando à partida, já se sabe que não adianta? Quando se tem a certeza que a derrota virá? Será sempre e só uma questão de tempo..."

Sensação horrível, esta. A de se ser quase como um fantasma, observando a vida, tudo, de fora, vagueando por aí. Mas cada vez mais, sem acreditar...