Que carta escreveria, se soubesse ser este o meu último dia, neste mundo...?
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Uma em que... agradeceria, mil vezes mais uma, ter podido saber o que é ter-te, desta vez ter-te mesmo, como Pai. Pode ter parecido pouco tempo... mas... foi tudo, para mim. A maneira como Amas... como És... És tudo o que a Mãe me havia contado... e mais!...
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Teria de expressar a tristeza que sinto, por esta minha... dessintonia, em relação aos Tempos, deste Mundo. A sempre presente sensação que me acompanhou, de ser quase o que era preciso, de quase chegar a tempo, de quase ter aquilo que mais desejei...
...quase.
Um Eterno Quase.
Teria gostado, de saber o que era uma Família. O saber o que é ter, concordante com o meu Sentir e com a minha Verdade... um Lar, um Ninho de Amor, para alimentar, construir, manter, fazer crescer, poder pertencer... Um conjunto de sorrisos e de sonhos, um Colo, um Abraço, para onde voltar...
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...Mas direi que... Amei e Amo, este Mundo. O poder ter estado aqui, o poder ter sentido a brisa de verão, a maresia a acariciar-me o rosto... Sabores, texturas, luzes, sons, aromas infinitos... As memórias e experiências que levo comigo... Ter podido contemplar sonhos de outros, realizados... Felicidade, lutas e perseverança... Mesmo na dor... mesmo no deixar de acreditar, para mim.
Porque é isso que marca, o Tempo de "Ir"...
...o fim do acreditar, para nós. Quando se deixa de acreditar... tudo ganha sabor a história terminada, com créditos a passar em rodapé...
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Direi que será tão bom "voltar" para um "local" onde... afecto e medo são coisas que não conjugam. Onde, sem condicionantes, o Outro somos nós, e nós, o Outro... enfim: Um.
E desejarei toda a Sorte, Felicidade e Alegria da Existência, para os que ficam... construtores do Novo Mundo... Um novo Paradigma, que será repleto de descobertas e nascimentos... a concretização de tudo aquilo que já É.
A minha Jornada... será outra.
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