Saturday, June 14, 2008

Inconsequente.

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...Hoje...

...o dia, decorria... como muitos, antes. E muitos, depois.

(Talvez estivesse a ficar mal habituado, aos hiatos a tal lógica. Não sei. Mas é o mais provável.)

E numa pausa... de um marasmo contra o qual luto... constantemente, quando certas "circunstâncias" se assumem, ao meu redor... (Sobre as quais, nem vale a pena coisa alguma, referir...)

...deparei-me com algo... cuja única reacção possivel, foi ficar largos minutos, a olhar, boca entreaberta.

Sem reacção.

Gostaria de dizer que senti tristeza. Revolta. Surpresa. Enlevo. Esperança. Ternura. Mágoa. Paixão.

Não.

Senti um nó, emaranhado de mil coisas.

E coisa alguma.

...

Há um sentimento, que me persegue. Desde pequeno. Mesmo antes de tudo o que me recordo.

O não entender este mundo. A minha perplexidade, perante ele.

A sua complexidade, estranheza, secura, aspereza. Um constante complicar, do que deveria ser simples. Óbvio. Puro.

Destruir, em vez de construir. Fechar, o que deveria ser uma porta aberta. Impedir o fluir.

O olhar para este mundo, olhos muito abertos, com a perplexidade de uma criança que simplesmente não entende...

E se este mundo, é o que as pessoas que nele estão, fazem dele...

...então, quiçá, não entenda as pessoas? Os sentimentos? Os nós intrincados, embaraçados, que se fazem à volta de coisas que em mim, mesmo que aos altos e baixos, são linhas contínuas e constantes? Porque em mim... o que foi... é... e será?

Não sei.

Não sei mesmo.

E...

...como sempre...

...nestas alturas...

...vêm-me dois sentimentos...

...uma saudade absoluta da presença física do meu Pai... do ininterrupto emanar do seu gostar, pleno e simples, e por isso infinito... algo fora deste mundo, realmente...

(...e quiçá por isso mesmo, tão solitário foi o seu caminho aqui... tão sofrido...)

...

...e uma sensação de ser velho.

Mais velho que o tempo.

...

Tomara, que eu fosse de facto o número que está no meu BI.

Tomara.

Tomara que eu fosse sempre força. Fosse sempre correcção. Fosse sempre... desapego, esperança, perspectiva.

Não ser esta coisa aceleradamente desgastada.

Desadequada.

E profundamente irrelevante.

Em tudo.

...

O meu mal, será esse.

Não entender o Ser Humano.

E provavelmente... por isso mesmo... não me entender a mim?

...

Fez ontem dois anos e sete meses.

...


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