Sunday, July 22, 2012

A CAMINHO DA TRANSFIGURAÇÃO - 15





19/6/89



  Que o magneto da Vontade obrigue, finalmente, o Anjo e o morador a olharem-se frente a frente e a fundirem-se.
   Que o ímpeto da Vontade quebre, finalmente, a barreira pessoal à afirmação da Unidade e a Lei divinas.
   Que a espada da Vontade silencie, finalmente, todos os silvos da serpente.
   Que o medo seja, finalmente, destruído para que a Luz invada a vida nos três mundos.
   Que a linha recta se estabeleça após o retorno das energias longamente empenhadas para que o olho da Mónada contemple o cenário da vida pessoal e estabilize a coluna de Luz.
   Agora nenhum Mestre externo pode já acrescentar nada. A afirmação final é feita pelo afirmador.



MORYA


(in Pérolas de Luz, Volume II, do Centro Lusitano de Unificação Cultural) 

Sunday, July 15, 2012

A CAMINHO DA TRANSFIGURAÇÃO - 14





17/6/89



   Aquele que se vai tornar um instrumento do Poder divino e um servidor da Lei divina há-de ter, primeiro, recebido em si mesmo a actuação da mesma Lei e do mesmo Poder. Ele não se excluirá do cumprimento da Justiça equilibradora mas aprenderá a acolhê-la, no seu coração purificado, com um sorriso. desta forma, entregará aos cuidados da Unidade o mesmo vaso que em breve receberá a dotação do Poder.
   O arauto da Lei de Deus há-de ter aprendido a conhecer a actuação desta observando-a em si mesmo. Há-de ter aprendido a aceitar a sua aplicação sofrendo-a em si mesmo. Há-de ter aprendido a apreciá-la celebrando em si mesmo a Sabedoria secreta que o conduz ao lugar do sacrifício alegre e da transfiguração.
   O representante das alturas há-de ter sido elevado à custa do esforço da renúncia que o tornará invulnerável aos poderes do mundo e, por isso mesmo, digo representante dos poderes do Céu. O mundo só tem poder sobre o Eu na medida em que este ainda se apega aos objectos do mundo. Estes são os instrumentos pelos quais se aferra a Alma e são também as cadeias que, por fim, o Carma e a vontade do discípulo destruirão. Entretanto os choques do Espírito irão despertando o fogo serpentino e marcando a cadência básica. os centros irão passando por fases de vibração alternante correspondentes ao percurso dos anéis da serpente silenciosa. O alento irá sendo expelido por uma respiração cada vez mais profunda até que, no seu movimento, se vá exteriorizando o pulmão da Unidade.
   Quando há doçura na angústia, gratidão na dor e Energia concentrada no esgotamento, a hora está prestes a soar. Ela soa quando não tem importância que soe pois tal tornou-se indiferente face ao Dever.



MORYA



(in Pérolas de Luz, Volume II, do Centro Lusitano de Unificação Cultural) 

A CAMINHO DA TRANSFIGURAÇÃO - 13






1/6/89  

   
   Celebre-se a indiferença! Assim o mundo perde a sua influência sobre o indivíduo. Quando a divina indiferença se afirma, as cadeias da personalidade dissolvem-se e a acção torna-se um eco dos planos superiores. O pecado desaparece pois o amor impessoal flui criativamente. A tranquilidade instala-se pois a mente deixa de tecer conjecturas acerca dos destinos da energia pessoal.
   O sopro da divina indiferença apaga o desejo pessoal e faz retornar ao indivíduo a energia dissipada. Desse modo a indiferença, filha do carma, liberta o discípulo para agir livremente nos três mundos e confere-lhe o privilégio de usar e exteriorizar a energia da tríada.
   Indiferente aos três mundos, o discípulo pode caminhar com o passo seguro de quem já não se apoia na terra fugidia. Indiferente, o discípulo torna-se diligente e utiliza os sentido em total desapego para com o modo como o mundo os utilizou, no passado, visando aprisioná-lo. A indiferença retira à matéria o poder de aprisionar e traz ao espírito a liberdade de agir. Ela, que é infinitamente contrária ao desprezo, permite ao Amor divino exteriorizar-se com o único apoio realmente firme - o que encontra em si mesmo.
   O discípulo indiferente não teme nem deseja o retorno das acções. Ele age em sintonia com a Unidade onde tudo está contido e, portanto, onde também se incluem as acções e reacções. Além disso, a acção egoísta quer resultados, enquanto a acção verdadeiramente altruísta cumpre o Plano e nada mais.
  Celebre-se, pois, a indiferença que precipita a luz supramundana no mundo. Sustente-se que nada tem importância para que as realidades verdadeiramente importantes encontrem o seu canal de manifestação. Deste modo os últimos pares de opostos verão ser-lhes retirada a energia e, incapazes de perpetuar os conflitos que iludem o homem, retornarão à sua raiz.
   O homem realmente indiferente faz do mundo das aparências um deserto; contudo encontra aí a seiva da Vida e deleita-se com os infinitos cambiantes da mesma Unidade subjacente. O eco do Espírito alcança os seus ouvidos evocando os sons que deverão ressoar pelo mundo. As mais belas e puras flores são colhidas no deserto das aparências. As melhores afirmações fazem-se quando não é importante escutar a sua resposta.
   O divino somente pode actuar nas esferas das formas particulares e continuar a ser divino quando a indiferença assegura a presença da unidade. Onde a indiferença não é completa, o mundo ainda conserva o poder de dispersar a energia do iniciado e separá-lo de si mesmo.
   É-me indiferente a resposta da tua forma à mensagem mas sou alegre com a alegria da unidade afirmada em ti.


SERAPIS BEY


(in Pérolas de Luz, Volume II, do Centro Lusitano de Unificação Cultural)