Tuesday, February 14, 2012

A CAMINHO DA TRANSFIGURAÇÃO - 2





22/1/89

    O único descanso do guerreiro reside na não-resistência. Quando se abandona face à energia superior, quando goza a plenitude de se deixar impulsionar pela luz, ele pode repousar. A doçura e a calma tornam-se possíveis desde que, por instantes, a personalidade deponha as armas. A brisa pacífica da intuição amorosa pode então substituir o sopro do Espírito. A envolvência dos nossos lençóis de luz branca pode consolar o guerreiro. A emanação dourada dos nossos corações pode cicatrizar-lhe as feridas.
   Sabemos que os últimos tempos foram, para ti, avassaladores, mas tinha que ser desse modo. Havia que rebentar cadeias e, sobretudo, havia que levar-te ao local do confronto. O morador do umbral e o anjo da Presença deviam ser postos, pela primeira vez, largamente face a face. O preço do sofrimento envolvido devia ser pago pois tu próprio havias decidido assim. A teu pedido, os acontecimentos foram precipitados. A prova foi exactamente proporcional à tua resistência e fez redemoinhar os recantos da tua personalidade. Nenhuns monstros foram aí despertos porque já os não havia mas, mesmo assim, revelaram-se muitos pontos ainda não completamente ajustados. A dor foi muita, bem o sabemos; contudo, a recompensa do discípulo que vence a sua batalha supera sempre a dureza e os ferimentos colhidos. Assim é, também, contigo. A tua recompensa é e será sempre paz, poder para servir, harmonia e muito trabalho na vinha do Senhor. À medida que o discípulo escala a montanha, vai-lhe recaindo sempre mais, sobre os ombros, o peso da humanidade. No final, quando está perante a transfiguração, o peso é tão forte que somente o Poder do Espírito permitirá superá-lo. No entanto esse poder surge exactamente nos momentos em que é necessário. Demonstrei-te, uma vez, que poder é esse; da segunda vez, tu próprio o invocaste, ainda que indirectamente; da terceira vez o Poder colherá em ti a essência de muitas vidas para a abençoar com a eternidade.
       Saúdo-te e felicito-te.

MORYA

(in Pérolas de Luz, Volume II, do Centro Lusitano de Unificação Cultural)

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